TENHO ELA, MAS NÃO TENHO.
COMO O TEMPO FUGINDO,
POR DENTRE OS MEUS DEDOS FLUINDO
NUM VÃO, VÃO INDO,
QUE QUAL VELA MORRIDA
RESVALA VELANDO COM A QUENTE CERA DA VIDA.
TENHO ELA , E ELA TENHO.
COMO NO SOM DO MEU VIL VINIL
TENHO A MÚSICA, E NÃO MAIS A TENHO
BOTO OUTRA CANÇÃO,
BATO NUM OUTRO BOTÃO,
AÍ OUÇO DELA MELOSAS MODAS DESNUDAS
MELODIOSAS, AUDÍVEIS MUDAS
ENTÃO MINHA TRILHA É OUVIDA
NUMA OUTRA TRILHA, FERIDA DA VIDA
TENHO ELA, MAS NÃO TENHO.
POIS SE SÓ SAUDADES FOSSE
QUANDO LÉGUAS LONGE,
QUANDO SE É O QUE NÃO SE É
NOUTROS DIAS, COM OUTRA FACE,
DELA NÃO ARREGASSE,
MAS ASSIM NÃO É.
TENHO ELA MAS NÃO A ENTENDO
POIS NELA ME LIGO, DIGO, DESDIGO,
NEM ME ORDENO,
VOU E NÃO VENHO,
POIS PENSO,
JOGO COMIGO E NÃO VENÇO
SEM CONSENSO SE É VOLTA OU IDA,
O QUE TENHO DELA NA VIDA.
TENHO ELA, MAS NÃO TENHO
PORQUE SE DELA FOSSE TUDO
SE TODO BOM DE BOM DO MUNDO
LUXO E LIXO MAIS IMUNDO,
TUDO, TUDO, TUDO, TUDO,
TIVE DELA, MAS NÃO TIVE,
É MÓR DE QUÊ EU ESTIVE
MAS NÃO RETIVE, NEM CONTIVE
NORMAL PRA QUEM É ELA E EU
DELA HEDONISMO MEU
NORMAL PRA QUEM MUITAS VIDAS VIVE.
