Powered By Blogger

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

TIVE UMA GAIOLA


Tive um passarinho morando na caixa do ar condicionado.
Passando o bico pelo vão, o maiorzinho, meio de lado,
distribuía a comida pros otro esfomeado.
Esses otro cantavam fininho, num pranto esfomeado.


Mas de tanto se alimentar
de larvinha, minhoca, besouro,
os pequeno ficaram uns tôro,
asas prontas para voar.

E mal sabia eu,
que isto daria mal fim
que me deu raiva de mim
quando, não por desamor,
achava que era alegria
o canto que era clamor.

Lá tavam as ave,
três dia insistentemente,
devia ser uma família, 
uns canto grosso, outros afinado.

e eu achando aquilo um presente:
A natureza tão perto, ao lado,
tava maravilhado, ma´enganado!
Estavam numa prisão,
tinham o corpo maior que o vão
da caixa do ar condicionado.

Nunca esquecerei tal infelicidade:
 três dias nem dei bola
cultivei uma gaiola
impedi a liberdade.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

sem título

Já era uma goela errante,
Quando cheguei chorando e urrando,
e já há tempos, desdeste instante
venho sempre perturbando.
E um guerreiro ainda sem nome,
caixa de som e um microfone,
Coisas que vem pra briga, junto,
Máquina que só desliga, se defunto.
E Se o silêncio não me adoça os ouvido e os beiço
Canto sem problema qualquer ruído
Desde os alegre, chorado, doído,
àqueles que nem conheço...
Gosto duns chiado, duns grito
sons que me tira a fome,
Som dos bicho, dos home
Mesmo sem nunca ter ouvido;
Me criei em melodiosas melosas danças
Ouvia mulheres cantando veludo
Ouvia homens, cachorros, crianças
(só elas me explicavam tudo).
E nada entendia, qual trilha da vida
Dons que eram meus, sons que eram dela...
Pra mim, pequenininho, era tudo tom e Toquinho
Música, caderno e aquarela...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

sem título

BUENAS! - E ME ESPALHO!
- HOJE O MOVIMENTO FOI CORRERIA,
AMANHÃ E DEPOIS,
SERÃO QUALQUER OUTRO DIA.
NÃO DESCONTANDO MINHA ALEGRIA,
FAÇO E DESFAÇO POESIA,
CHAMANDO E ENGANANDO A NOITE,
TACHANDO A NOITE DE DIA.
MEUS ERROS E MEUS TROPEÇOS
À NOITE OU AUGE DO DIA,
SÃO COISAS QUE NÃO ESQUEÇO,
POIS ERRO E NÃO PADEÇO,
TROPEÇOS TRAZEM VALIA.
DE DIA ME GUIAM OS OLHOS,
À NOITE A MENTE ME GUIA.
NO CLARO EU ABRO A JANELA,
E SEM ELA ASSIM ABERTA,
SUFOCO MINHA MENTE SEM DIA.

A MENTE, TALVEZ,
UM DIA EU POSSA ENTENDER.
À NOITE, EU PENSO,
PENSO E COMEÇO A ESCREVER.
ESCREVO, NÃO BASTA,
O ESCURO QUER RESPONDER
O QUE EU NÃO ENTENDO DE MENTE.
O BRILHO DO DIA NÃO VAI PROMOVER.
ENTONCES À NOITE A MENTE PENSA,
PARA DE DIA EU VIVER...

CAMARGOOO-2000

desabafo

Nem os jovens podem opinar.
Ninguém tem mais direitos.
Nossas escolhas estão reduzidas a zero.
Nossa TV induz, nosso outdoor induz.
Apago a luz, fecho os olhos, não opino.
Faço meu check-up mental,
não sou idiota, possuo mãos, mãe, casa, roupa...
...e não tenho nada.

camargooo- maio 2000

sem título

MULHER - ONDE ESTÁS MULHER?
SERÁ QUE VISLUMBRANDO TUAS NOVAS CONQUISTAS?
SERÁ QUE APROVEITANDO O TEU SOL DE FIM DE TARDE ?
TALVEZ, MULHER, EMBALANDO TEUS FUTUROS FILHOS?
E ONDE ESTARÃO TEUS SONHOS,
QUANDO LONGA É TUA DORMIDA,
E MAIS LONGA TUA CURTA VIDA?
TEUS SONHOS, MULHER,
ESTARÃO NOS TEUS OLHOS?
NOS TEUS FILHOS PARIDOS?
- TEUS SONHOS ESTÃO EM TI MESMA,
E VÃO CONTIGO PRA SEMPRE,
E A TI VÃO GUIAR...
MAS, E TUA ALMA?
TEU ENTE MAIS ENCARNADO,
TEU INVISÍVEL DESCONHECIDO E TEMIDO...
QUESTIONO, ONDE ANDARÁ?
ONDE ANDA TUA ALMA MULHER,
SE ONDE TU ESTÁS JÁ NÃO EXISTE MAIS ALMA NOS OLHOS?
SE ELA DE TI FUGIU AOS OLHOS,
JÁ NÃO PODERÁ TER FUGIDO DA TUA CARNE TODA?
MULHER, NÃO PROCURES TUA ALMA AGORA,
POIS AGORA ELA PODE ESTAR SORRINDO,
ENQUANTO ONDE ESTÁS
TE ESCONDE EM DOLOSO PRANTO.

E ONDE ANDAM OS TEUS PÉS?
PÉS POR SI MORTOS, MAS RESSUSCITADOS
EM AMBICIOSOS CAMINHOS POR TI ESCOLHIDOS?
MULHER, GUIA-TE PELOS TEUS PÉS,
POIS ELES SÃO MENSAGEIROS DO CÉREBRO
E ESTES DO CORAÇÃO.
PORÉM, MOÇA QUE QUERO BEM,
DO CORAÇÃO JÁ NÃO POSSO (E NEM QUERO)
TENTAR COMPREENDER,
E DESTE JÁ NÃO TE PERGUNTO,
POIS O MEU JÁ É DEFUNTO
POR TE AMAR, MULHER, E NÃO TE TER.

março de 2001
(sob efeito)
para qualquer um que ler...

CALÇADO PELO CALÇADO

SEU PRANCHETEIRO CÁ EM CASA É FODA,
EU, A MANA, + 3 LOCO DI BOBEIRA
MAIS A MINA QUE SÓ VEM NA QUARTA-FEIRA.
TRABALHAVA HÁ UM TEMPO ATRÁS,
FOI 500 DESPEDIDO,
NU, DESNUDO, DESPIDO, FUDIDO.
BRABO PRA CONSEGUIR UMA MÃO AMIGA,
LOCO PRA DESPACHAR MAIS UMA INTRIGA,
NÃO O BASTANTE PRA SER CHAMADO BANDIDO DUMA FIGA.
NÃO DIGO QUE É SORTE QUE ALGUNS TÊM
DE SAIR NA RUA E NÃO ENCONTRAR ALGUÉM
CALÇADO, IRADO, COM FOME,
COM UMA MEIA NA CABEÇA.
TALVEZ PRA SE ESCONDER,
QUERENDO QUE SE ESQUEÇA.
SUA CALÇA, SEU TÊNIS...

OUTUBRO DE 2003

NOTA CURTA DO FATO


É ESCARRO O QUE ESCORRE DAS TUAS ENTRANHAS

CORRÓI A FERIDA MAIS FUNDA

QUE CAMUFLAVA TEU MUNDO.

É PORRA O QUE SEMEIA NO TEU VENTRE

NOSSA SEMENTE SADIA E ANSIOSA

PARA SURGIR E SER

É SUOR QUE TU PINGAS

E QUE SALGA TEUS OLHOS

LAVANDO EM LÁGRIMAS

TUAS LÁSTIMAS.

É TUDO BABA DA TUA SOBRA,

É MAIS UMA MANOBRA,

OUTRA NÓIA DI LÁGRIMAS, PORRAS E ESCARROS

BANHADOS EM SUOR.

CAMARGOOO 08/10/2003

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

DEPENDE PÉ


Óbvio que não dependem de nós, ou de nossos pés,
das árvores, das pedras, ou da própria Argentina.
Não depende de nós o tiro do Getúlio ou a queda do Allende.
Não depende e não importa a gripe do Che,
a loucura do Jânio, a bicheira do Bezerra.
Me manteria mil anos neste país, renovando passaportes de lata....
Viveria livre de qualquer olho gordo,
de qualquer gato vivo, dos metidos de vidas...
Mas não dependo só de mim.
Por isso, só de mim reflito:
A obviedade da massa não depende de nós,
Apenas do trebolar das bandeiras dos estádios.
Normal? Normal é o uivo do lobo para as fêmeas na natureza,
são as entranhas se mexendo naturalmente na mesa cirúrgica.
Não depende e não importa o que pensas o que penso...
Não importa porque pensar já não é mais fazer.
Pensar é lembrar de agir. É planejar ações passadas.
(Quando passo por um jardim ou quando estou no campo,
quero beijar-flores e os quero-queros.
Não pra mim os quero, quero pra eles no mundo).
Aí, sorrindo, me manter neste estado,
paralítico em tal sítio, intátil neste sáiti.
Certezando as minhas ponderações e gostos,
admirando e odiando menos,
mesmo a gosto, mesmo(s) Domingos,
vivendo um pouco mais fácil.
Ariel. 05/09/11