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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

sem título

POR QUE ESTA ÂNSIA DE PREENCHER O ESPAÇO
QUEBRANDO O SILÊNCIO, O BARULHO DO NADA?

AH, FOI LINDO O LEVANTAR DA POEIRA
NOS VÔOS DAS AVES,
QUE LIVRES, PRESAS AOS NINHOS DOS SEUS,
GOZAVAM SER NIÑAS DE DEUS

A FUMAÇA DOS CIDADÃOS,
MOTORIZADOS DE TÊNIS
HITÉCHIANDO SOBRE RODAS E TEORIAS
CONFUNDIA-SE COM O PÓ DA PRAÇA
ASSIM COMO UM PÓLEN GRIS DE PRIMAVERA

OS PÁSSAROS VOAVAM LONGE
EM BUSCA DUMA JORNADA IDA
UMA VIAGEM PRÓXIMA
DE ONTEM E DE AMANHÃ

VOAVAM CORPOS E PENAS
LEVES ENCANTOS DUMA RICA CENA
UM POEMA VIVO, NOSTÁLGICO

NUM CLICK DE ALGO DA AVENIDA,
SE CONTORCEU O POVO PRA APLAUDIR O NOSSO ENCONTRO
JOÃO E PESSOAS DA VIDA

ASSIM FOMOS CURTINDO,
DIALOGANDO COM O TEMPO E O ESPAÇO
E FOMOS DANDO ESPAÇO
PARA O NOSSO CURTO ESPAÇO DE TEMPO...

EQUILÍBRIO !
NOSSOS PESOS ORA CAÍAM PRA CÁ,
ORA PRA CÁ, PRA CÁ...
SEMPRE CAMBALEANDO NA DIREÇÃO DO QUE NÃO IMPORTA...
UM LADO...

DO MUNDO

DA OFERTA
ABERTA
DE PREÇO
DESCONTO
DEZ CONTOS
DE GRAÇA
NA PRAÇA
SEM GRAÇA
DESGRAÇA
NO CHEQUE
PINDURA
PILEQUE
TALÃO
CDC
COTAÇÃO
CPF RG
NO CARTÃO
DO POVÃO

DEBITADO NO CRÉDITO
DA CONTA DO BANCÁRIO
DO BANCO DO BANQUEIRO ( QUE NEM DEU CONTA)

John e Maria

John, eu não esqueço
as armas estão na mente
na subida do tom
na noite mal dormida
na maçã mordida
na loja, no banco...
John, ser e estar ela.

(minha arma contra
o apetite dela é a fome,
é a surdez do sol,...)

Mary, minha varanda vazia te espera,
espera teu batom,
tua calça rasgada de sim,
tua pouca mágoa de mim

Tua viola, teu asco, Maria,
tuas namoradas,
é o próprio João de ti.

praia deserta uma cidade na

Nas ondas da praia deserta
saem bichos dum mar sereno
Serena praia, serenata na janela da guria
num bairro sem praia da cidade
Não se fala em vitórias
quando a mente está derrotada
e a praia deserta tá cheia de ondas.
(no vem e vai da rota escura,
qualquer túnel é profundo).
É casca brincar de nada,
quando a gente já não brinca há tempos.
Não somos hermanos nos nervos,
nas transparências,
mas na inteligência que vaza por entre os ralos da nossa inaptidão.

Não se endurece nem se amadurece com a vida,
mas sim com o viver, e o viver é truncado,
é marrento, é plactz pléctz...

O mundo não é, mas tá, um lixo,
nossas radiações de negras auras
entopem a boa vida dos bons.
Nossos maus momentos também são desenhos dos maus.
Aí pisar na areia grossa
da praia deserta é via certa,
numa geografia mental cheia de lagos,
profundos lagos,
que são praias,
são gotas,
são nadas

POSSE E DOM

É no âmago dos mares
que se toca o céu...


Cansados estão os marinheiros
pois o mar está revolto...


O mar beijava o céu no horizonte
e a lua era um véu na revolução.
Era crespo o amor do barco
eram cupidos os peixes
e as âncoras.
Os marinheiros são pescadores
e associam a revolta das águas
com a defesa dos celestiais corpos.
A imensidão azul contrastava
com a lenta volta da esquina.
Comer livros resolveu a luta.
Os remos, extensão dos braços,
são também barcos no amor.
(gotas de mar e suor)
E as lágrimas, águas também,
gozavam da ira marítima.


NETUNO CHORAVA
A LUA O BEIJAVA...
O BARCO ANCORAVA
E NADA, NADA...
OS PEIXES FAZIAM
A INSURGÊNCIA DAS ÁGUAS...

sem título

A abelha não sabe,
assim também nós não sabemos,
e, sem fazer contas,
não nos damos conta de aprender.


A beleza da abelha, inconsciente,
mas ajustada ao ofício,
é a beleza que beija a flor.


É o nó no broto do galho da árvore,
que é sombra pras crianças escoteiras,
correndo por derrubar camotinhos,
mil bezouros, zangões, marimbondos,
é o broto dos moribundos, melados de pólen,
que pulam das grades do novo esquema,
acalentando suas almas,
fugindo do escroto mundo.


E as abelhas não sabem (talvez nem queiram saber)
que não sabem cantar, tampouco versar,
quiçá, por isso, trabalhem tanto.