sem título

POR QUE ESTA ÂNSIA DE PREENCHER O ESPAÇO
QUEBRANDO O SILÊNCIO, O BARULHO DO NADA?

AH, FOI LINDO O LEVANTAR DA POEIRA
NOS VÔOS DAS AVES,
QUE LIVRES, PRESAS AOS NINHOS DOS SEUS,
GOZAVAM SER NIÑAS DE DEUS

A FUMAÇA DOS CIDADÃOS,
MOTORIZADOS DE TÊNIS
HITÉCHIANDO SOBRE RODAS E TEORIAS
CONFUNDIA-SE COM O PÓ DA PRAÇA
ASSIM COMO UM PÓLEN GRIS DE PRIMAVERA

OS PÁSSAROS VOAVAM LONGE
EM BUSCA DUMA JORNADA IDA
UMA VIAGEM PRÓXIMA
DE ONTEM E DE AMANHÃ

VOAVAM CORPOS E PENAS
LEVES ENCANTOS DUMA RICA CENA
UM POEMA VIVO, NOSTÁLGICO

NUM CLICK DE ALGO DA AVENIDA,
SE CONTORCEU O POVO PRA APLAUDIR O NOSSO ENCONTRO
JOÃO E PESSOAS DA VIDA

ASSIM FOMOS CURTINDO,
DIALOGANDO COM O TEMPO E O ESPAÇO
E FOMOS DANDO ESPAÇO
PARA O NOSSO CURTO ESPAÇO DE TEMPO...

EQUILÍBRIO !
NOSSOS PESOS ORA CAÍAM PRA CÁ,
ORA PRA CÁ, PRA CÁ...
SEMPRE CAMBALEANDO NA DIREÇÃO DO QUE NÃO IMPORTA...
UM LADO...

DO MUNDO

DA OFERTA
ABERTA
DE PREÇO
DESCONTO

DEZ CONTOS
DE GRAÇA
NA PRAÇA
SEM GRAÇA
DESGRAÇA
NO CHEQUE
PINDURA
PILEQUE
TALÃO
CDC
COTAÇÃO
CPF RG
NO CARTÃO
DO POVÃO

DEBITADO NO CRÉDITO
DA CONTA DO BANCÁRIO
DO BANCO DO BANQUEIRO ( QUE NEM DEU CONTA)

John e Maria

John, eu não esqueço
as armas estão na mente
na subida do tom
na noite mal dormida
na maçã mordida
na loja, no banco...
John, ser e estar ela.

(minha arma contra
o apetite dela é a fome,
é a surdez do sol,...)

Mary, minha varanda vazia te espera,
espera teu batom,
tua calça rasgada de sim,
tua pouca mágoa de mim

Tua viola, teu asco, Maria,
tuas namoradas,
é o próprio João de ti.

praia deserta uma cidade na

Nas ondas da praia deserta
saem bichos dum mar sereno
Serena praia, serenata na janela da guria
num bairro sem praia da cidade
Não se fala em vitórias
quando a mente está derrotada
e a praia deserta tá cheia de ondas.
(no vem e vai da rota escura,
qualquer túnel é profundo).
É casca brincar de nada,
quando a gente já não brinca há tempos.
Não somos hermanos nos nervos,
nas transparências,
mas na inteligência que vaza por entre os ralos da nossa inaptidão.

Não se endurece nem se amadurece com a vida,
mas sim com o viver, e o viver é truncado,
é marrento, é plactz pléctz...

O mundo não é, mas tá, um lixo,
nossas radiações de negras auras
entopem a boa vida dos bons.
Nossos maus momentos também são desenhos dos maus.
Aí pisar na areia grossa
da praia deserta é via certa,
numa geografia mental cheia de lagos,
profundos lagos,
que são praias,
são gotas,
são nadas

POSSE E DOM

É no âmago dos mares
que se toca o céu...


Cansados estão os marinheiros
pois o mar está revolto...


O mar beijava o céu no horizonte
e a lua era um véu na revolução.
Era crespo o amor do barco
eram cupidos os peixes
e as âncoras.
Os marinheiros são pescadores
e associam a revolta das águas
com a defesa dos celestiais corpos.
A imensidão azul contrastava
com a lenta volta da esquina.
Comer livros resolveu a luta.
Os remos, extensão dos braços,
são também barcos no amor.
(gotas de mar e suor)
E as lágrimas, águas também,
gozavam da ira marítima.


NETUNO CHORAVA
A LUA O BEIJAVA...
O BARCO ANCORAVA
E NADA, NADA...
OS PEIXES FAZIAM
A INSURGÊNCIA DAS ÁGUAS...

sem título

A abelha não sabe,
assim também nós não sabemos,
e, sem fazer contas,
não nos damos conta de aprender.


A beleza da abelha, inconsciente,
mas ajustada ao ofício,
é a beleza que beija a flor.


É o nó no broto do galho da árvore,
que é sombra pras crianças escoteiras,
correndo por derrubar camotinhos,
mil bezouros, zangões, marimbondos,
é o broto dos moribundos, melados de pólen,
que pulam das grades do novo esquema,
acalentando suas almas,
fugindo do escroto mundo.


E as abelhas não sabem (talvez nem queiram saber)
que não sabem cantar, tampouco versar,
quiçá, por isso, trabalhem tanto.

VIL VINIL

TENHO ELA, MAS NÃO TENHO.
COMO O TEMPO FUGINDO,
POR DENTRE OS MEUS DEDOS FLUINDO
NUM VÃO, VÃO INDO,
QUE QUAL VELA MORRIDA
RESVALA VELANDO COM A QUENTE CERA DA VIDA.

TENHO ELA , E ELA TENHO.
COMO NO SOM DO MEU VIL VINIL
TENHO A MÚSICA, E NÃO MAIS A TENHO
BOTO OUTRA CANÇÃO,
BATO NUM OUTRO BOTÃO,
AÍ OUÇO DELA MELOSAS MODAS DESNUDAS
MELODIOSAS, AUDÍVEIS MUDAS
ENTÃO MINHA TRILHA É OUVIDA
NUMA OUTRA TRILHA, FERIDA DA VIDA

TENHO ELA, MAS NÃO TENHO.
POIS SE SÓ SAUDADES FOSSE
QUANDO LÉGUAS LONGE,
QUANDO SE É O QUE NÃO SE É
NOUTROS DIAS, COM OUTRA FACE,
DELA NÃO ARREGASSE,
MAS ASSIM NÃO É.

TENHO ELA MAS NÃO A ENTENDO
POIS NELA ME LIGO, DIGO, DESDIGO,
NEM ME ORDENO,
VOU E NÃO VENHO,
POIS PENSO,
JOGO COMIGO E NÃO VENÇO
SEM CONSENSO SE É VOLTA OU IDA,
O QUE TENHO DELA NA VIDA.

TENHO ELA, MAS NÃO TENHO
PORQUE SE DELA FOSSE TUDO
SE TODO BOM DE BOM DO MUNDO
LUXO E LIXO MAIS IMUNDO,
TUDO, TUDO, TUDO, TUDO,
TIVE DELA, MAS NÃO TIVE,
É MÓR DE QUÊ EU ESTIVE
MAS NÃO RETIVE, NEM CONTIVE
NORMAL PRA QUEM É ELA E EU
DELA HEDONISMO MEU
NORMAL PRA QUEM MUITAS VIDAS VIVE.

Pixando Letras

Deixar o verde ser verde,
ser verde.


Pintar o 7,
ser 7.


Montar na garupa do futuro,
recolhendo vidas e pessoas.


Ser verde,
deixando o verde.


Ser o 7
no muro pixado da esquina.


Viver pessoas futuras montado na garupa da vida,
e pintar as 7 vidas do futuro.




ago 2009

UM DOMINGO VADIO

COMO É BOM ARRANCAR UM GALHO DE BERGAMOTEIRA,
COM FLORES,
QUE SÃO BERGAMOTA,
NUM DOMINGO VADIO.
COMO É BOM BEIJAR O BEIJO,
É COMO SER MAIS FORTE.
CANTAMOS A CANÇÃO MAIS BELA,
É TODAS, SÃO TODAS LINDAS.
( há outras folhas e flores que de repente caem no quase chegar da primavera)

COMO É BOM PISAR NA GRAMA SUJA,
DE PISADAS EM PISADAS DEIXAR PEGADAS NAS COISAS DO PASTO,
PASSAR POR PEGA-PEGA E ROSETA.
MATAR A SEDE NUMA FONTE,
NUM BARRANCO DE MORRO,
COM GOSTO D´ÁGUA ,
TERRA
E CÉU...
AH, E COMO É BOM PISAR O CÉU,
TÃO BOM COMO VOAR NO CHÃO DE NOSSAS CASAS,
VOAR COM ASAS DE ANJOS TORTOS DE PECADO,
POR BEIJAREM BOCAS NOS GOMOS DAS BERGAMOTAS,
DAS FOLHAS DA BERGAMOTEIRA,
DE UM LINDO DOMINGO VADIO .

ago-2009

O TRIBUNAL DA JUSTIÇA E O DA INJUSTIÇA

EU TENHO MEDO

Tô c/ medo,
medo da covardia,
da noite, do dia,
da tristeza e da alegria ...
medo da tv e do jornal
da espada e do punhal
Me afasto do escuro,
mas a luz tb faz mal,
Ñ me atrevo a chorar
mas temo qualquer sorriso...
Ñ me adianta tanta química
mas sem ela agonizo...
A chuva p/ mim é água
é sangue e é natureza
Mas me basta o sol, grande e amarelo
que aquece e me serve à mesa...
Tenho medo de sobrar,
ficar só, virar pó...
meu medo é ser + 1,
é ser pai, ser avô,
me despedaçar,
e por aqui deixar
meus medos e meu pensar...


10/09/00

sem título

Era eu um romano,
adorando deuses e
batalhando sem motivos...
Era eu um poeta lendo tudo, e entendendo...
e queimando livros...
Era eu um negro,
odiando os senhores
patrões descarados...
Um leão que sabia do poder
mas só matava quando a fome ameaçava...
Era eu um faraó,
despreocupado com túmulos
múmias ou pirâmides
Era eu um cantor,
sem dar bola pra rimas
mas cuidando as mensagens,
viagens,
bebidas,
droguinhas...
O próprio Jesus eu era,
mas nem lembro do peso da cruz.

se de fato era Jesus,
poderia ser eu luz?

sem data

SEM TÍTULO

O MEU SONHO É MEU PÓ
É MORRER E DEIXAR
É JOGAR E GANHAR
SEM SOBRAR
SEM BRIGAR
É VIVER SÓ
MAS BEM ACOMPANHADO
E BANHAR-ME EM RIOS LÍMPIDOS
FUMANDO, DE ROUPA OU PELADO
É PERDER-ME NA VIDA
PROCURANDO CONFUSÃO
INCOMODAÇÃO
CHAMAR A ATENÇÃO
MAS NÃO SER ATENDIDO
SOCORRIDO
MORRER E SER ESQUECIDO.

10/09/2000

MEMÓRIA

Nela eu vou buscar meus mais antigos fatos.
Meus gestos e meus retratos.
Nela busco meus sonhos perdidos; meus sorrisos, meus gemidos.
Corro a ela quando sinto saudade, pois, na verdade, somente ela é quem consola...
E só ela resgata, meus brinquedos, minha escola...

SEM NOME

TOCOU O CELULAR, NO SEU LAR, ERA QUEM?
-EU ATIRAVA CONTRA AS PEDRAS E ELAS BATIAM TAMBÉM.
LEIO MENSAGEM DE TEXTO , É A ONDA
DEVE TÊ UM ROLO, UMA HISTÓRIA TODA,
P/ MUITOS IMPRESCINDÍVEL ,
TANTA TECNOLOGIA,
TODA PINTA É ATINGÍVEL,
É INCRÍVEL, É MAGIA.
MAS NO FUNDO NÃO É NÃO, É A CRUEZA DA ESPÉCIE,
FUDENDO COM OS LIMITES, OU TU DÁ OU TU DESCE,
ESSES NOKIA, MOTOROLA,
TUDO FALA, TUDO BRILHA,
CELULAR É O CARA AQUELE
QUE VAI COMER TUA FILHA,
VAI TE DESPEDIR DO TRAMPO,
TAMBÉM VAI PEDIR DESCULPA,
VAI TE DAR UM TORPEDAÇO, TE CHAMAR FILHO DA PUTA
AQUELE DESGRAÇADO QUE NA ESTRADA SEM GASOL,
VAI CABAR A BATERIA, VAI MIXÀ TEU FUTEBOL,
BAITA CAGUETA, QUANDO VÊ O TEU DIVÓRCIO,
TE ENTRETER NA ESPERA DELA,
E VAI TE TIRAR DO ÓCIO,
CONHECER BRUXAS E FADAS
COM SEUS SIEMENS DE CONDÃO,
VAIS MORRER COMER, FUDER, COM O MUNDO NA TUA MÃO,
E QUANDO ALGUÉM CHAMAR, ATENDER E TU MORRER,
AQUELE APARELHINHO VAI UM POUCO TE TER.

SIMPLES E FÁCIL

EU QUERIA ANOTAR MEUS VAGOS PENSAMENTOS COMO PEQUENOS BICHOS DE ESTIMAÇÃO; E QUE ESTES BILHETES SE PERDESSEM EM BOLSOS E SE JOGASSEM AO CHÃO BUSCANDO UM SUICÍDO COM ÊNFASE AO RENASCIMENTO, SEM RENASCENÇA, PARA QUE OUTROS PUDESSEM LER.
OUTROS PIRADOS COMO A CLARICE LISPECTOR QUE IMORTALIZAVA QUALQUER DITADO, OU CITAÇÃO ESPONTÂNEA, SEM PLANO DE PARTO, SEM CESÁREA MARCADA, VOMITADO, SEM NOÇÃO, INVOLUNTÁRIO, JOGADO EM MÁS LETRAS NOS RABISCOS SEM ACENTOS OU PONTUAÇÃO.
A TINTA CEGA OS OLHOS E FREIA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO PAPEL QUE NEM DE PERTO É CAPAZ DE REFLETIR A IDÉIA PRIMEIRA, QUE POR CERTO JÁ DEVE ESTAR DESVIADA, DESCONTEXTUALIZADA, SEM ÂNSIA DE EXISTIR, SEM ÂMAGO NEM ALMA, NEM MAIS SENTIDO.
QUEREM ARTE PELA ARTE, COMO PARNASIANOS, CONTUDO É LIMITADA A BELEZA QUANDO A BELEZA É PÓSTUMA.
ROGO PELA CONSIDERAÇÃO DA ARTE PELA CRIAÇÃO, DO LABOR EFETIVO DA INSPIRAÇÃO, FORÇADA, QUE ORA ENGATINHA, ORA CORRE MAIS RÍSPIDA QUE O REFLEXO DO CRIADOR.
EU QUERO O FUTEBOL DA PRAÇA DOUTROS PAGOS QUE TAMBÉM GOZAM DE ALEGRIAS REPENTINAS, QUALQUER TIME QUE JOGUE COM GRAÇA E FAÇA GOLS COM BANHO DE BOLA.
QUERO SENTAR E ASSISTIR UM SPIERLBERG EM QUALQUER BALTIMORE E SENTIR UM CHEIRINHO DE HALLS VERMELHO , PARA A MENTE NÃO ME FUGIR, NEM TAMPOUCO SE DISSOLVER.
QUERO A FUGA PARA TEMPOS REMOTOS, QUE É UMA PORTEIRA QUE INSISTE EM ABRIR, CONVIDA À LEMBRANÇA SEM FOTOS PARA LONGO CAMINHO SEGUIR.
ESSA LIBERDADE, ESTA VERDE LIBERDADE DO QUINTANA, QUE SE ENTEIA NOS NOVELOS GRUNHENTOS DA BÍBLIA-AURÉLIO, QUE SE ENREDA NA SINTAXE E NAS RIMAS DE BILAC, QUE BEIJA COM GRAÇA O ROSTO DA ESCRITA FUNDAMENTAL, O ÓBVIO QUE PODE SER FALADO, O FÁCIL QUE DEVE SER EXPOSTO SEM REENTRÂNCIAS NEM DISSONÂNCIAS DOS SONETOS CAMONIANOS, QUE NÃO FINDA, MAS ACABA, E TODO MUNDO ENTENDE.

-08/09/2004-

Aurora da Adolescência

Ataris, Tetris, Bozo,
O Chacrinha eu também vi.
A Xuxa era rainha
das guria e dos guri

A Campanha era do Collor,
Lula, Enéas e o "Velhinho".
No futibas era o Branco,
Dunga, Bebeto e Mazinho.

Madona e Máicon Diécson
eram póps milionários,
Lançando as modas básicas
Para o nosso vestuário.

E tinha o Engenheiros,
Titãs e a Legião.
Avós rezando nas missas,
Netos sem religião.

Chiclete, coca, chips
bolachinha recheada
Colégio? Moral e Cívica,
e lápis com a tabuada.

He-Man- poderes de Grêiscon,
Jiban- poderes de aço.
Um passado, uma cabeça.
Nada mais faz que eu esqueça
O que eu fiz e o que eu faço.

Agosto / 2001

NO CONFESSIONÁRIO ( EM CADA LADO UM OTÁRIO )

- SENHOR, EXPLODIU NA MINHA CABEÇA A TEMÍVEL BOMBA ATÔMICA, ATIVADA PELA INÚTIL CONSCIÊNCIA QUE HABITAVA A MINHA MENTE.
- EXPLODIU E ACABOU COM AS MINHAS DÚVIDAS, MINHA POBRE EMBRIAGUEZ, MINHA DOR, MEU LOUCO VÍCIO.
- EXTERMINOU MINHAS IDÉIAS, MEUS PRINCÍPIOS, MEUS NEURÔNIOS, MINHA FALA E MEU JEITO DE PENSAR...
- ATÉ HOJE EU NÃO HAVIA EXPERIMENTADO MUDAR A MENTE, OLHAR TUDO POR OUTRO LADO, SER DIFERENTE E NÃO SER MAL-EDUCADO.
- COMETI QUALQUER PECADO E NÃO DOU SATISFAÇÃO, PORQUE O SENHOR VAI FICAR AÍ PARADO, COM CARA DE CHATEADO, PRÁ DEPOIS ME DAR UM SERMÃO. PRIMEIRO VAI ME DEIXAR BEM CALADO, VAI PENSAR: "POBRE COITADO", MAS NÃO TENHA TANTA DÓ ASSIM.
-NÃO É O PADRE QUE VAI VAI ME DAR A VERDADE, O SENHOR, NA REALIDADE, NEM SABE PORQUE ESTÁ AÍ.
EU ANDO COM O CORPO ENGATILHADO, HÁ BOMBAS POR TODOS OS LADOS, SÓ ME RESTA EXPLODIR.
NASCI, CRESCI, VIVI DE UM JEITO QUE JÁ ESQUECI.
DE QUE ME VALE LEMBRAR DE TODO O PASSADO? O MEU CORPO JÁ TÁ MINADO. SE EU FICAR UM TEMPO PARADO, E O SENHOR AÍ CALADO, VOU ACABAR MORRENDO AQUI.

SEM DATA

Anjo de Mim

Vai desgraçado!

Encosta o dedo na alma e chora!

Te perde nas entranhas dos teus erros,

Vacila nos buracos dos teus vícios.

Come vagabundo!

Devora-te aos poucos em teus pêsames, tão falsos!

Engole a tua língua que vomitava podridão;

E digere com calma teu ódio,

Tua raiva que tinhas na vida.

Agora olha, cheira, sente,

Usufrui desse paraíso que crias,

Manda teus demônios para longe,

Te escoras nos pilares dos teus bens,

Teus bons modos.

Enfim, tua pureza que tanto relutavas em me mostrar.

Invente qualquer música,

E dance como dançavas sozinho, em tua casa.

E que essa música não seja mui diferente

Das tuas paródias de Chopin, Betthoven;

Agora, alma sem rosto, não possui mais máscaras,

Nem que as requisesse...

Agora, tens apenas pensamentos,

Inúteis e vagabundos pensamentos que cultivavas em vida,

- Que vida?

- Aquela...

Bebe a água que quiseres,

Respire o ar que mais gostares,

Eu, sou tu, e é tudo a mesma coisa.

-sem data-

Diagnóstico Melado


MEU TELEFONE SÃO VÁRIOS NÚMEROS
MEU CORREIO É MEIO LONGE
MEU E-MAIL, BEM MAIS PERTINHO
E CABE NA MINHA CAIXA DE MENSAGENS

MEUS DEDINHOS, AMARELINHOS,
MÃO MACIAS, MIRRADINHAS,
MEXEM COM MANIVELAS DE MÁQUINAS DE MONÓXIDO DE CARBONO
MANIPULAM MEU CAMINHO ...

MEU MIOLO DA CUCA É UM MIOLO DE PÃO
AMONTOA-SE EM MIÚDOS,
MONTES DE MIGALHAS DE BAINHAS DE MIELINA
QUE SÃO MOÍDAS, E MOVEM FELINOS NEURÔNIOS

( QUE MORREM COM SEUS MIAUS DE SINAPSES).

MINHA MÃE MANDOU MEUS MEDOS MIXAREM
MURCHAREM, MINIMIZAREM...

EU IMAGINO MADRINHAS FAZENDO MERENGUE
MARIA-MOLE, MANDOLATE, MINDUIM.
MINGAU DE MAIZENA ( QUE É AMIDO DE MILHO)
MISTURAS, MESCLAS DE MAMÃO COM PÃO.

( E AOS MONTES ESSAS MISTURAS MATAM)

VÊM DEPOIS MEDICAREM MARZIPAN,
MITEXAN ( QUE É O MITOSTATE OU O MITOXAL)
MENTINDO MELHORAS AO MOLESTADO EM COMA
QUE SE MIJA QUANDO EU MENCIONO QUE O MELANOMA É UMA MERDA

( OU SERÁ QUE É UM MIELOMA?)


-08/09/2004-