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quarta-feira, 30 de julho de 2008

DIAGNÓSTICO

A XUXA TEM A SASHA
O GORDO TEM A GRAXA
A RUA TEM A FAIXA
O RICO TEM A GRANA
O POVO TÁ NA LAMA
A PUTA TÁ NA CAMA


(APODRECEM AQUELES QUE QUEREM MAIS, ASSIM COMO

É INÚTIL AQUELE QUE ACHA QUE NÃO É CAPAZ)


A SASHA DA XUXA É CRIANÇA
A GRAXA DO GORDO É FESTANÇA
A FAIXA DA RUA É SEGURANÇA


A GRANA DO RICO É PAPELÃO
A LAMA DO POVO É PODRIDÃO
E A CAMA DA PUTA É SOLIDÃO.

(NÃO TENHO NADA, NEM A PRÓPRIA VERDADE).


CAMARGOOO 2000

O MEU-CÉU




O céu é meu,
de mais ninguém.
Diariamente me deparo com problemas
que não merecem minha atenção.
De fato a minha ignorância não me permite
desligar-me dessas perturbações diárias.
De fato essa mesma ignorância
me faz olhar para cima e produzir
deslumbramento ao perceber a beleza irradiante
do imenso universo em que transbordo.
E todos os dias minhas perturbações estão aí,
mas todos os dias
o "meu-céu" me faz esquecer
o lado negro da existência,
as irritações sonoras,
meus pesadelos visuais;
me faz esquecer a TV,
o jornal, o político e a lei.
O céu é o pivô do meu esquecimento
e o auge do meu esclarecimento.
O "meu-céu" é uma obra não acabada,
pois as que se finalizam, são vendidas
em ateliês de homens que se inspiram
no "seu-céu" para criá-las.




camargooo 2000

terça-feira, 29 de julho de 2008

PORTO QUENTE

Aquece e acalenta minha alma a fervorosa panela central da minha cidade. Aquece meus pensamentos que até então estavam inertes defronte do escaldante redondo céu que a qualquer mata-borrão não se assemelha.
Celeste é o meu teto e Gris é o meu chão. 
Vou regurgitando minhas falsas verdades que não se atrevem a peitarem minhas mentiras.
É no verão que acendo minha chama fria que teima em arder sonâmbula entre meus dedos, piscando às custas de qualquer combustível. O gás é perfeito para minhas explosões, é oxigênio nato, barato, vagabundo, é um dos fogos que aquece minha cidade. É o suor frio que escorre em rostos torturados, contornando cicatrizes de outros verões, é o sal que azeda meus poros, e que logo me secará. É uma dor interior que descontrola meus dentes, mordendo meus lábios, estes dois que se revezam, guardiões de meus raros cuspes, salivas poluídas, palavras atrasadas, que no verão saem mais lentas, cansadas, quando saem.
Debaixo do sol fabrico idéias de fábrica, de baixo custo, de graça, sem graça, pois no calor a natureza é toda sexo, e meu único reflexo é esperar o Outono, vagando sempre com sono...
( navego nesse rio de estações , onde se dilatam e retraem todas as pontes, onde findam-se todas as fontes.)
camargooo jan2004

Sem Algo ou Com Nada?

ESTOU SEM SEMENTE.
ESTOU SEM PATENTE.
MAIS UM POUCO E ESTOU SEM DENTES.
NÃO SOU MAIS UM QUE MENTE.
QUE BRILHANTE É MINHA MENTE.
( - E BRILHANTE É MINHA MENTE?-OU ELA FAZ QUE EU INVENTE? )

ESTOU SEM PÁTRIA.
SEM NORTE, SEM PATRÃO,
SEM DOCUMENTO, SEM PALAVRÃO.
ESTOU COM O CU NA MÃO.
ESTOU SEM VOZ, SEM VISÃO.
( - ESTOU SEM VOZ NEM VISÃO ? - OU ME CALO NA ESCURIDÃO? )


CAMARGOOO - SEM DATA

O Fulano

Eu prefiro ser essa metamorfose,
aquela que troca e destroca,
que opina e convoca,
prefiro a planta que está por vir
à flor velha que está por cair.
Não é nos enganos que
se esquece os acertos,
em troca, às avessas,
o inferno é caminho incerto.
Já não me preocupa os tropeços inevitáveis,
pois, sendo inevitáveis, o que eu faço é esperar.
Entendo e pretendo contornar os mais fáceis
enganos, desenganos mais barbadas de driblar.
E sobre esses fulanos que cospem no mundo,
se mundano é o mundo,
fulano é profundo,
e delira nos hábitos, seus hábitos,
ábeis manipulações de cifrões.
É que o teu mundo é mundano,
e o fulano, no fundo, caga, coça,
cheira a merda de hospital ( e o hálito...)
Meu deus!- é todo esse o seu hábito,
tudo isso é seu hábitat,
e a verdadeira vingança, de ódio,
se existe,
persiste na mão de um carrasco qualquer.
Talvez outro beltrano qualquer,
ou então nem nascido seja,
residindo ainda num beijo ou num bucho
de uma fulana mulher...


camargooo 30/03/2004

A Sorte do Macaco de Circo

O macaco fugiu do circo
di soléi; deu de sola
na porta do Pedro
que negava o Cristo 3 vezes.
O Sol que queimou o macaco
solou os homens que, Pedros,
viraram cristos negros
nas portas dos circos.
Três vezes vi Cristo sabido,
e não o neguei, nem cri,
(queimava o Sol o chão de sal )
nós homens macacos, sem sola,
sem portas;
Palhaços de circos soléis
de sóis sós,
Pedros perdidos por
queimar 3 cristos, negros,
salgados, sabidos, negados
e queridos; somos somente
macacos mal resolvidos,
sovinos, sós, desvalidos,
queimados.
Só que, com sorte, com sangue,
com vida, vividos.
camargooo jan 2008