devia ser uma família,
uns canto grosso, outros afinado.
É ESCARRO O QUE ESCORRE DAS TUAS ENTRANHAS
CORRÓI A FERIDA MAIS FUNDA
QUE CAMUFLAVA TEU MUNDO.
É PORRA O QUE SEMEIA NO TEU VENTRE
NOSSA SEMENTE SADIA E ANSIOSA
PARA SURGIR E SER
É SUOR QUE TU PINGAS
E QUE SALGA TEUS OLHOS
LAVANDO EM LÁGRIMAS
TUAS LÁSTIMAS.
É TUDO BABA DA TUA SOBRA,
É MAIS UMA MANOBRA,
OUTRA NÓIA DI LÁGRIMAS, PORRAS E ESCARROS
BANHADOS EM SUOR.
CAMARGOOO 08/10/2003
Lá se foi o perdidão,
E se jogou contra as paredes do jornal,
Pediu licença pro patrão do general,
e foi...
Lá se foi o fudidão,
Se lambuzou com as poucas coisas que ele tem,
Pediu a bênção pros que ele gosta bem,
e nem...
Lá me fui sem questionar,
Se o caminho era grande pra acabar,
Se é janela o meu assento a sentar,
Se é o mesmo preço que a gôndola marcou,
Se é verdade o que todos vão falar,
Se a água é boa de beber e de tomar,
e fui...
Lá se foi a minha irmã,
De bem e foi sempre se indo a não mais vir
Voltando sempre no lugar que ela irá
Deixando flores nos jardins dos mais legais
Rogando pragas nas vizinhas de fuder
É minha irmã,
e bah...
E vamos nós no mesmo vão
E vamo mesmo se jogando, sem perdão
Não questionando de qual dia é esse pão,
Se lambuzando com os gozos do gostar
Gozar de vida, de sorrir, comer , chorar
Nós vai...
E lá vão eles,
No mesmo tédio,
Senadores sem dores do privilégio,
Na mesma mesa que serviu o imperador
Comendo música com cara de doutor
Pensando merda na frente da LCD,
Num vão enorme, mas também deles é tri,
o vão...
ENTRANDO NA CASA DE SARMENTO
DEPOIS DE TANTO TENTO, TANTO PENSAMENTO,
VESTIBULANDO E VIVENDO, VENDO, LENDO,
BEIJANDO BÁRIO, BORO, FUMANDO BOHR,
CONHECENDO FÓRMULAS PRA VIVER MELHOR.
POÇÕES MÁGICAS QUE ME CONDUZIRIAM
QUESTÕES MÚLTIPLAS QUE ME AVALIARIAM:
PUS ALGUMA PARTITURA COM PINTURA E PIADA,
QUE DE MIM NÃO DIRIAM NADA.
ENTRANDO NA CASA DE SARMENTO,
PELA FRENTE, MAS FOCANDO O FUNDO,
O MUNDO NO FURO DO MURO DA FACULDADE,
O VÍCIO DO QUE SE ILUDE COM A “VERDADE”,
NO PRECIPÍCIO DA SAÚDE COM A SOCIEDADE...
E O TEMPLO DAS VERDADES MESCLA-SE NO CONCEITO
COM O TEMPO DA MALDADE DOS PRECONCEITOS;
E ACABAMOS ESPERANDO O TREM DA MADRUGADA,
QUE NÃO PASSA, QUE NÃO FUÇA, NÃO FORÇA...
O TEMPLO DO CONHECIMENTO E DA PRODUÇÃO
A SAPIÊNCIA DO CIMENTO NA CONSTRUÇÃO
NA OBRA MANOBRA DE OPINIÃO, MANEJADA
PELA PRONAÇÃO, QUE DÁ MONITORIA DE MENSTRUAÇÃO.
A poesia nasce.
Estou farto mas quero poesias.
Brinco com palavras querendo,
mas tentando não querer...
uma 2ª via, mirada não tão óbvia, despida de lógica.
Sem manias, mas com merdas e manhas...
Gosto de escrever num som adiante,
"deanteprima", rápida rima, num erre,
numa Roma, rumo mais próximo.
UM GRITO!!- e vou atrás de um eco do papel
que só pode ecoar no ar.
(Hoje pixels de mentira me encaram e afrontam
Sublinhando meus erros e ideias
Perturbando a relação criação e a criatura...)
E como num vôo e sonho tudo sai numa só loucura,
Numa inadesfidelidade da consciência do meu tipo de vida
Que é meu metamórfico tipóbio.
Às vezes quero brindar os pássaros a cantar, encantar com eles.
Às vezes quero rebaixar o político, o profeta, o museu.
Cuspir e arrotar nos deuses numa estrofe e,
daqui a três linhas,
beijar a boca doce de uma Vênus.
A contusão do microcéfalo é a confusão do bucéfalo. Só.
Não fico farto com minhas palavras, e nem quero verbetes lindos e academicolíticos,
O que preenche as minhas linhas de pensamento são ideias... que sinto mesmo sem acento.
Se me faltarem as ideias,
(essas que sempre num vai-vém,
sem direção nem sentido)
não terá minha vida sonhos, ainda que os tenha vivido.
Gosto de escrever sonhando atrás, na manhã,
na festa, no jornal que li, num eclipse novo...
Estou farto e gosto de poesia, essa angelical mulher-anjo
Este mundo de possibilidades e guinadas do amor
Esta agulha cirúrgica e assassina, que quando não mais dá,
Que quando não mais tem, nada mais é,
Foge,
Acaba, vai,
a poesia morre.